Espinhos que ferem
Esses espinhos que ferem,
Penetram na pele, furam a carne,
Deixam o sangue escorrer
Entre os poros até desaparecer...
Mas a mancha que deixam
Não desaparece tão cedo...demora para sair
Como para lembrar do que existiu
E do que doeu tanto...machucou para valer!
E esses espinhos não vêm de uma flor,
De uma rosa ou de um cacto:
Eles nascem da dor
Que surge sempre quando termina
Um grande amor!
E como é intenso esse sentimento!
E como insisti para ele ficar!
Eu lutei com todas as forças
Para você entender e concordar
Que quando a distância é grande
E se prolonga por tempo indeterminado
A única coisa que resta
É esse final tão amargurado,
É esse espinho que fere, que dói,
E vai penetrando sempre mais fundo
Até se alojar no peito e ficar
Indo aos poucos, lentamente,
Adoecer a alma para nunca esquecer
Um amor lindo e puro,
Do tamanho do infinito,
Que não vai nunca morrer...
Talvez com a dor embalando
Esse amor vai se acomodando
E abraçando o espinho que fere
Procura um canto no coração
Faz sua moradia em silêncio
E, mesmo doendo, vai ficar
Eternamente!
Elis..
midi:
Ernesto Cortazar - You Are My Destiny

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